A maldição de Arbon. Parte 19


XXII.
O esforço da menina era em vão, pois o pequeno Kim já se fora. Ari, perplexo, e de repente desperto de sua inércia, pôs-se entre Lissa e Nélius ao ver que o sacerdote não contivera seu instinto assassino diante da queda do pequeno e partia para recuperar seu punhal. Nélius tinha o rosto monstruoso que parecia ter perdido toda a humanidade, mas Ari o encarou com determinação, embora estivesse desarmado.
Nesse momento, Macus sentiu-se liberto da rigidez que o prendia e, chamando pelo sacerdote-chefe ao mesmo tempo em que sacava sua espada, partiu contra ele. O sacerdote se voltou para o elfo, saltou para longe ganhando distância e começou a falar em uma forma antiga da língua Comum, a qual o outro não compreendia.
— Cuidado, Macus! — gritou Irkan que, por sua vez, pôs-se a falar rapidamente em Élfico. Macus não teve tempo de conter seu ataque que já estava a caminho e sua arma chocou-se contra uma invisível barreira protetora diante do sacerdote. O ricochete derrubou a espada e Macus, mesmo sentindo o impacto no braço da arma, se moveu rapidamente para recuperá-la. Os olhos do sacerdote fulguraram e ele sorriu. Em seguida, foi a vez de Irkan sorrir. Percebendo o movimento, Macus atacou novamente e, dessa vez, sua espada acertou o alvo, perfurando a barriga do sacerdote, que tombou.
— Fica efetuado o sacrifício. — sussurrou Ari baixando a cabeça. — Que os Kamms perdoem os seus erros e aceitem essa alma impura para que ela possa se redimir algum dia. E que possam de alguma maneira também me perdoar...


Continua...

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