A maldição de Arbon. Parte 14
XVII.
Então, várias coisas sucederam no mesmo instante. À porta do templo,
chegaram os elfos Irkan e Macus. Eles haviam corrido e estavam ofegantes. Viram
o sacerdote Tífan sobre Lissa, a menina já não resistia e seu corpo pendia
rígido sobre o altar. O homem também não se movia, parecia paralisado, a cabeça
voltada fixamente para um ponto ao alto. Todas as velas dos castiçais se
iluminaram de uma vez e uma claridade ofuscante invadiu todo o lugar. Os elfos
tiveram de tapar os olhos. Macus avançou mesmo assim, mas parou ao ouvir um
ruído estridente e, em seguida, um baque surdo. Era o corpo de Tífan sendo,
primeiro, rasgado por uma corrente de ar muito forte que passou como lâminas
afiadas e, depois, atirado ao solo. Com o impacto do choque, logo havia uma
poça de sangue ao redor do corpo.
Quando a intensidade da luz enfim diminuiu, Macus forçou novamente o
avanço, mas sentiu uma barreira de ar obstruindo-o. Na verdade, aquela
intensidade lembrava-lhe mais uma energia poderosa do que uma corrente de ar. Ele
olhava perplexo para o altar e tentava adivinhar o que se passava com a menina.
Irkan, que também havia entrado e se postava ao seu lado, estava da mesma
forma. Ambos notaram uma névoa prateada disforme sobre o corpo de Lissa, no
epicentro da poderosa barreira mágica, e perceberam que a menina estava viva e que
seu semblante amenizava à medida que ela olhava para a aparição fantasmagórica.
Eles, então, esperaram. Não perceberam, mas, detrás deles, à entrada do templo,
estava Ari, o sacerdote.
Continua...
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