A maldição de Arbon. Parte 13


XVI.
Ainda naquela noite, um homem arrastava uma criança para fora do mosteiro e seguia fustigando-a em direção ao templo. Ele a apertava junto ao corpo e a fazia andar enquanto tampava sua boca com uma mão e apertava seu pescoço com o braço. Dessa forma os dois chegaram ao templo quase silenciosamente. O homem abriu a porta com cuidado e levou a criança até o altar sem acender nenhuma luz. Jogou-a sobre a mesa e começou a arrancar suas vestes, ainda tapando sua boca. Mesmo no escuro era possível sentir o olhar apavorado da criança e sua respiração ofegante implorava por piedade sob aquela mão dura. O homem também ofegava. Um chicote de tiras de couro estava preso em sua cintura e ele respirava frenético sobre o corpinho da criança no qual passava suas mãos exageradamente enquanto lutava para arrancar o vestidinho branco. A criança se debatia ferozmente, lutando com toda a força que tinha, chutando com as pernas curtas e arranhando com os dedos frágeis. Mas, quanto mais ela resistia, mais sentia dolorosamente os apertos bruscos e os golpes e puxões que o outro lhe dava. Para segurá-la melhor, ele subiu sobre a mesa e prendeu-a com as pernas e, ainda, para permanecer silenciando-a com a mão de aço, ele se reclinou sobre ela, tocando-a com seu pesado corpo. A criança chorava desconsoladamente e, desesperadamente, tentava, em vão, gritar. E aquela muda batalha prosseguia.


Continua...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pactos. Entre justos e pecadores. Parte 1

Saga das eras esquecidas completa!

A carta