A maldição de Arbon. Parte 4
VII.
A menininha os fitava com seus grandes olhos claros arregalados e,
encolhida, tremia. Os elfos a observavam cautelosos. Era uma meio-elfa de tenra
idade. Seus louros cabelos perfumados estavam desgrenhados. Seu alvo vestido se
enchera de areia, mas o cinturão prateado que a cingia estava intacto. O colar
de pérolas havia se partido de seu pescoço e as joias se espalharam ao seu
redor. Era possível ver, embora ela se
abraçasse, que uma de suas mãozinhas estava ferida. Macus, cauteloso, sem
tocá-la, dirigiu-se a ela em élfico.
— Não tenha medo, criança. Não lhe
faremos mal.
Ela continuou na mesma posição hesitante.
— Você está ferida. — disse
Irkan também em élfico. — Deixe-nos
ajudá-la. — ele fez uma pausa — Pode
nos entender?
Ela acenou com a cabeça.
— Ótimo. — tornou Irkan. — Então, por favor, deixe-me ver suas mãos.
Ela o encarou temerosa, mas estendeu a mão devagar. Irkan lavou-a com
água de seu cantil, depois com um pouco de água do mar. Ela retesou a mão
ferida, mas não gemeu nem se queixou. Então o elfo derramou um pouco de um
líquido de um vidro claro, que trazia em uma bolsa de couro presa ao cinto,
sobre os ferimentos. Por fim, a meio-elfa recolheu a mão e encarou-os com
atenção. Ela tremia.
Irkan tirou sua capa e ofereceu a ela. Hesitante, ela aceitou.
— Temos de aquecê-los. — disse
ele. — Vamos sair daqui.
A menina olhou para o cruzeiro e não se moveu.
— Venha, vamos fazer uma fogueira.
— insistiu o elfo.
Ela se levantou e os acompanhou para longe da praia. Eles seguiam em
direção ao vilarejo, mas desviavam o trajeto para o norte. No caminho, os três recolheram
gravetos e pequenas toras de madeira que pudessem usar para acenderem a
fogueira.
Continua...
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